segunda-feira, 17 de maio de 2010

Por que escrevo

Existe um labirinto entre a boca e a alma, existem palavras que são silêncio – nenhuma voz pode interpretá-las, repeti-las ou mostrá-las. É um vácuo que tende a levar-nos à solidão.

Então encontrei um atalho que liga a alma aos braços e às mãos. E dessa forma eu não crio, eu só traduzo e desvelo o que eu ainda estou conhecendo, o que me faz mexer e dançar. As ideias vêm rodopiando saltitantes e, antes de passarem pelo cérebro, chegam ao papel. Puras e ardidas.

Meu sentimento é arame farpado, a caneta é anestesia da dor da alma e as letras são o sangue que escorre. É tudo nonsense. É tudo perfeição.

Mais uma vez chego ao dilema do auto-conhecimento e concluo que me interpreto pela minha arte. Meus textos representam uma fotografia minha, posso sair de olhos fechados, sorridente, triste ou diferente. Porém, a imagem é sempre minha. Minha letra, minhas frases, meus textos sou eu. E me interpretar é mais que uma análise sintática ou semântica, é agramatical.

3 comentários:

  1. Meu sentimento é arame farpado, a caneta é anestesia da dor da alma e as letras são o sangue que escorre. É tudo nonsense. É tudo perfeição.

    Lindíssimo!
    Mesmo.

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  2. "as letras são o sangue"

    Isso toca o coração.Com força!

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