terça-feira, 1 de junho de 2010

Suposições

Se minha vida fosse um livro, a narração estaria em primeira pessoa. E, relutante, eu me frustraria por não conseguir ser onisciente e onipresente. Em prosa, estaria o cotidiano e as fortes emoções se apresentariam como versos – curtos, brancos, livres e rebeldes. Os críticos enxergariam um expressionismo frustrado e um futurismo ultrapassado, porém o texto é livre de definições. É um poema-romance vanguarda da pós-vanguarda inexistente.

Se minha vida fosse um filme, seria Cult sessão da tarde. Uma mistura de trash, high socity, musical e belas artes. Bergman orientaria a fotografia vermelha como Almodóvar sugeriu; Woody Allen daria um toque de loucura junto ao circo de Fellini. Meu suspense seria a la Hichcock, mas o final feliz nos lembraria os clássicos filmes de Walt Disney.

Se minha vida fosse uma música, o ritmo estaria em ressonância com meu coração e meu amor – sublime e eterno – passearia pelas notas e letras doces, ambíguas e fundas ao toque da canção. Eu dançaria freneticamente sem pensar, sem agir, deixando o destino conduzir.

Mas minha vida é realidade, dia-a-dia, razão. É dura feito consciência pesada, é consistente e exata. Por isso, eu busco a arte e me afogo nas ilusões. Só me prendo à instabilidade e sempre afogo meus pensamentos em emoções.

Um comentário:

  1. Muito bonito!!
    Só com alguma forma de arte, é possível quebrar a rotina, mas esquecer da realidade é algo que pode levar a lugar nenhum.

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