quarta-feira, 23 de junho de 2010

Brás-Ilha

É amor de filha, é duplo e contraditório. E diferente de quem foi acolhido mais velho, eu nasci. Aqui... nasci. Mãe de olhos azuis-rosa-violeta; olhos incansáveis de se ver, olhos que guiam seus acolhidos, vibrantes cores de Picasso, nuvens de esclera. Aurora perfeita.
É uma mãe a que se adapta. Porque, diferente das outras, é organizada, lógica... Planejada por meus avós Brasil. É Moscou verde-amarela.
E como personagem chave minha vida; cidade, me abraça e me mata de tédio. Domingo à tarde. Detesto. Não ter o que fazer em você. Sou rebento da esperança e me maltrata. Porque me ama.
Capital do Brasil, filha do brasileiro, minha mãe avião, que tem asas. Me dá liberdade, educa, corrompe. Cidade centro, sonho de Dom Bosco. Estou crescendo aqui, estou vivendo aqui...

2 comentários:

  1. É verdade, busca bem dolorosa até. Era mais fácil quando eu pensava que iria atingir a felicidade e o auto-conhecimento comendo arroz integral e estudando fisiologia animal, rs. Lindo o seu texto, mas Brás- ilha por quê? Cada pessoa aqui parece uma ilha mesmo.

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  2. É fato: "cidade, me abraça e me mata de tédio."
    Mas eu amo essa Brasília!

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